24 setembro 2009

fora liberdade, eu te odeio!

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a divina comédia é a vida alheia - a minha é trágica - encaixotada em blocos de cimento com vista para o mar. é que quem vê o mar vê o que é de fora. - fora liberdade, eu te odeio! não quero nunca saber do gosto azedo sob tua língua! sai liberdade, me deixe em paz, vai ter com meus inimigos que adoram encoxar-te! e ela se foi...

no princípio foi estranho. afinal, quem tentaria dizer-te do vil navio a partir do porto do Rio? quem dizer-te-ia palavras de ordem sem sentinela a espreitar-te entre doces murmúrios nos ouvidos, praticamente incompreensíveis por outras pátrias? - vai-te liberdade, não vês que não és bem vinda? e ela se foi...

agora eu deveria chorar oceanos, mas não chorei. fui ver a janela enferrujada pela maresia e de lá o imenso Portugal. - meu sangue lusitano por vezes chora* - é que tenho cá dentro de mim a certeza de que ela nunca se foi. esqueço como foi dura a pose de dizer-te pela espada, que morras!!

sei, no entanto, que enquanto vivo espero-te, pois que se sem ti me trai a lembrança do que fui. foda-se liberdade, eu quero mais é ser famoso...
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3 comentários:

  1. pode filha, desde que não seja poesia nem texto muuuuito grande. acho que a net, por ser mais dinâmica, não prende o leitor num texto enorme. tendeu? bjs.

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